quarta-feira, 14 de setembro de 2011



TÔ DENTRO – DO FACEBOOK AO MUNDO REAL

Que o universo das redes sociais é uma realidade que veio pra ficar quase todo mundo concorda. Negar essa tendência é arriscar-se a, talvez, nem perder o trem da História, que, como vimos observando desde que o mundo é mundo e registra por escrito suas façanhas, mitos, verdades e mentiras, é maior e mais dinâmica do que conseguimos imaginar; mas quem, em sã consciência, optaria por arriscar-se a viajar de pé nos últimos vagões?!

E parte da incorporação dessa nova ferramenta de comunicação passa pela desmitificação: aquela velha idéia de que as redes sociais congregam um monte de jovens (de todas as idades, diga-se de passagem) sem mais o que fazer do que passarem o dia anunciando aos quatrocentos ventos do cyberespaço que acabaram de acordar ou fazer cocô, ou que está fazendo frio ou calor.

Existe, sim, gente séria embarcando na onda das redes sociais, objetivando realizar negócios, conhecer pessoas, estabelecer relacionamentos e, por que não?!, MUDAR O MUNDO…

O que à primeira vista pode soar pretensioso, em uma análise minudenciada perde a pompa e ganha corpo.

Tome-se como exemplo o “TÔ DENTRO – Mobilização por Amor a Marataízes”.

Formado dentro do grupo Marataízes, do Facebook, o TÔ DENTRO é composto de usuários espalhados pelo mundo inteiro, irmanados em torno de propostas e ações de melhoria para a cidade de Marataízes.

Usuário = gente. Gente que, ao encontrar um “local” onde declarar em verso, prosa e imagens, seu amor por uma cidade, encontrou mais gente comungando desse amor. E foi esse sentimento, do qual conhecemos ainda tão pouco em nossa pequenez de seres em constante crescimento, o responsável pela gestação de idéias em prol do município. Calhou dessas idéias caírem ao alcance de pessoas que estão sempre esperando a oportunidade de fazer o bem com as próprias mãos, e olha o TÔ DENTRO nas ruas, mudando a paisagem e materializando um sentimento que começou “virtualmente”.

O movimento começou a tomar corpo em meados deste ano e já conta com três ações, duas em andamento e uma comcluída:

1-    Limpeza da área de restinga existente entre as praias da Barra e da Cidade nova – levada a cabo num domingo de sol, com “internautas” bem longe dos teclados e monitores, munidos de luvas, sacos de lixo e muita boa vontade – parcialmente realizada.

2-    Visita à Casa de Passagem, com distribuição de brinquedos e guloseimas, numa tarde de confraternização entre “internautas” e internos. Concluída.

3-    Coleta de livros para o acervo da Biblioteca Municipal, situada no Palácio das Águias, na Barra de Itapemirim. Esta ação ainda se encontra em vigor e você pode contribuir. Para maiores informações, basta acessar o grupo no Facebook: TÔ DENTRO – Mobilização por Amor a Marataízes.

Você pode então dizer: “Marataízes não é o mundo”, no que estaria coberto de razão.

Mas se nos condicionarmos a pensar que o “mundo” que ocupamos efetivamente mede menos de um metro quadrado, que é o espaço em que nos movemos, e que dispomos de todas as ferramentas necessárias para operar a melhora nesse metrinho quadrado de nada que nos cabe nesse latifúndio, não fica assim tão difícil.

A idéia é boa. E vale copiar.

Eu TÔ DENTRO, e você?!

domingo, 4 de setembro de 2011



NO ITORORÓ…

“Fui no Itororó beber água, não achei”…

Tá bom, não foi bem assim que aconteceu... de verdade, mesmo, eu fui parar na Lagoa de Boa Vista, ali na pontinha sul de Marataízes, já na divisa com Kennedy, em busca de belas fotos do entardecer. Não conhece o local?! Fica a sugestão. Algumas imagens podem ser vistas no meu blog: http://arroubosliterarios.blogspot.com.

De um lado, a lagoa, recebendo os raios dourados de um crepúsculo (sem vampiros ou lobisomens) repleto de espessas nuvens no longínquo horizonte, como robustas torres de um castelo escuro que parecia circundar meio orbe. Espetáculo gratuito e diário de uma natureza que não se cansa de crer que um dia inda a haveremos de respeitar. Nem por isso corriqueiro ou vulgar.

Do outro, o mar achocolatado e irrequieto, assolado pelo nordestão de setembro que já começa a dar as caras. Ao fundo, límpido e ignorante de ventos e correntes marinhas, o céu do nascente, à hora do poente, despedindo-se de mais um dia com um belíssimo degradê de azul, rosa e branco. Céu este que, um dia, me disseram, apresentar-se único em terras capixabas, sendo, por isso, o motivo de inspiração das cores e disposição das mesmas em nossa bandeira, que nos conclama a trabalhar e confiar. A história carece de confirmação e pode ser até que de veracidade. Mas é bela e edifica.

Eqüidistante a isso tudo, meus olhos maravilhados posicionam a lente da câmera, em busca do sonho de eternizar momentos, enquanto um senhor visivelmente embriagado me cutuca e puxa assunto.

“Apenas um bêbado chato”, terei pensado, num primeiro momento. Ou, como se diz por aí, terá sido a minha “primeira impressão”.

Meio a contragosto, emprestei-lhe os ouvidos, na esperança de que fosse breve. Afinal, pedindo licença para citar Reginaldo Rossi, “todo ‘bebum’ fica chato”. E o que me vem aos sentidos é uma torrente de emoções.

Atrás da máscara de bêbado, um pai comemora uma conquista esperada por onze anos: finalmente, depois de muito correr e recorrer, bufar, xingar, resmungar, orar, esperar e frustrar, abriram-se as portas para que a filha de onze anos tenha acesso a uma cirurgia esperada desde o seu nascimento: o mal a ser extirpado, de acordo com o pouco que pude compreender, é uma deformidade congênita que a menina traz no rosto, uma fealdade que, pelo embargo de sua voz, preferiria ver estampada em sua própria face (mostra os poucos dentes, como prova de uma promessa feita em prol da filha.

Atrás de uma primeira impressão desfavorável, uma segunda, comovida e solidária.

Apenas por parar por um instante e escutar, a surpresa de ouvir uma boa história “onde menos se espera”. A cara aparvalhada, a dicção prejudicada, os tapas no ombro com mão dura de pescador, os muitos copos de um alcoólico qualquer, ou vários; expressões de alívio de um pai que pode, finalmente respirar e repousar.

Humano, no melhor sentido da palavra…

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Ricardo Lemos é pai, filho, geminiano, escritor, jornalista, enxerido e avesso a primeiras impressões; enfim, um filho de Deus, como você. Atualmente publicando nos blogs Arroubos Literários, Olho Mágico 365 e TAMTA – incubadora de idéias. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011


LAGOA DE BOA VISTA - MARATAÍZES - ES 

postagem auxiliar à coluna FILOSOFIA DE BUTIQUIM, do Jornal Aqui de 04 de setembro de 2011


Ao longo do caminho, um céu pesado de nuvens parece tocar o chão, formando cores indescritíveis e desenhos inusitados...




 O vento nordeste forte, típico da região nesta época do ano, enruga as águas plácidas da lagoa, formando belas texturas...



O entorno da lagoa compõe, juntamente com a luz que brinca de se esconder, cria uma paisagem que remete à paz e à tranquilidade...



Luz, nuvens e vento formam esculturas inacessíveis no céu de inverno...



Do lado oposto, as cores do céu remetem à bandeira capixaba...
"Trabalha e Confia"