terça-feira, 29 de novembro de 2011

CULTURA E ANTROPOFAGIA


CENA 1

ANTROPÓFAGO ACULTURADO: Aquele Shinyashiki não me caiu bem... E ainda dizem que japonês é leve...

ESPOSA DO ANTROPÓFAGO ACULTURADO: É esse tempero brasileiro! Eu vivo te falando, mas não adianta...

CORTA PARA EXTERNA

sábado, 26 de novembro de 2011



FALTA DE ASSUNTO

A verdade é que falta de assunto é um assunto que deixou de existir há muito tempo...

Somos e fazemos questão de ser o assunto.

O Grande Irmão está de olho em todos, o tempo todo, e isso requer maneiras cada vez mais elaboradas de lhe chamar a atenção, seja com fotos, vídeos, frases de efeito... enfim, factoides, dos quais nos tornamos todos criadores, no momento em que passamos a participar efetivamente de uma rede social virtual.

Mudou a mídia, ou, se quisermos um nome em “brasileiro”, mudaram os meios em que se propagam as ideias; os fóruns atenienses se davam em praça pública. Os fóruns atuais se dão nas praças públicas... e nos trens, aviões, escritórios, residências, msns, orkuts, facebooks e quantos books mais houver on the table.

Continua sendo gente comunicando ideias, próprias ou de outrem, embora hoje com uma capacidade de alcance infinitamente superior à do tempo de Caminha, por exemplo. E El-Rey, que, diz-se, prescindia da faculdade da leitura, estaria em maus lençóis hodiernamente.

E, na condição de também espectadores da história de todos os que nos cercam (aqui entenda-se o mundo, porque a História do planeta ficou muito mais interessante depois da chegada do ser humano; infira-se, caso deseje, que desde que a História é História, andamos a fuçar a vida das pessoas) real e virtualmente, o acesso à informação beira o infinito.

Haverá, naturalmente, todo tipo de informação. O que também não é novidade, quando vemos o Apóstolo Paulo exortando seus leitores a examinar tudo e reter o que é bom. Na pracinha da cidade, no boteco, no baile funk, no TV ou na internet, a recomendação é a mesma. E uma análise racional da recomendação decerto encontrará eco em nossas consciências, uma vez que se trata da aplicação do bom senso, pura e simplesmente. E, se é bom, é bom pra quase todo mundo...

A grande diferença está, e é isso que torna bela a complexidade do ser humano, no que cada um considera BOM... mas aí já é outra história...

Bom senso que se deve aplicar, igualmente, no momento de ser o assunto; na hora de produzir a informação.

Não são regras de etiqueta, mesmo porque não me considero a pessoa mais indicada para versar sobre o assunto, Glorinha Khalil que me perdoe.

Mas não é difícil imaginar que não se deve postar em seu mural, ou onde quer que seja, algo que vc não diria num almoço em família, por exemplo, ou em seu status do msn algo que vc não gritaria pela sua janela, e assim sucessivamente. Ou algo que você não gostaria de ler aqui.

Simples assim. Ou, pelo menos, já é um bom começo...

Eu ia começar a falar sobre o OLHO GRANDE VIRTUAL, mas acabou o espaço. Fica pra semana que vem...

BOM DOMINGO!!!
EXCELENTE SEMANA!!!
PAZ!!!
...COM DEUS!!!


A SUA PARTE

Primeiramente cabe-me pedir licença ao caro leitor da minha querida amiga Luciana Fernandes para invadir esse espaço (com a anuência da mesma, naturalmente). E tranquiliza-lo quanto à mudança: trata-se de uma troca temporária de publicação, para dar uma “remexida”, uma arejada nas ideias. Luciana aparece, excepcionalmente esta semana, na edição do próximo domingo, anote aí. E na semana que vem volta tudo ao normal.

Há algum tempo venho batendo na tecla do poder de mobilização e transformação da internet em nossas vidas. Não é um modismo passageiro, não se trata mais de uma simples brincadeira de jovens desocupados, como muitos ainda a veem: trata-se de uma realidade que veio para ficar, avança vorazmente sobre absolutamente TODOS os campos do conhecimento humano e numa velocidade inimaginável para a maioria. E encontra-se cada vez mais disponível, em todas as faixas etárias e sociais.

Não demora muito e o cinema catástrofe deixará de lado os vilões verdes e gosmentos, vindos de outros planetas ou de alguma mutação genética derivada de nossa própria imprevidência, e passará a produzir filmes com vilões virtuais, insignificantes combinações de bits e bytes, zeros e uns, que sequer existem fisicamente: os vírus. E não ficaria difícil imaginar uma história sombria em que o novo fim do mundo (já que esse povo adora falar disso) começaria com uma pane geral na grande rede em nível mundial. É bem possível que esse filme até já exista e esteja em cartaz. Ou já seja notícia velha. Caso contrário, fica a ideia.

Por outro lado, e deixando de lado a catástrofe, a quantidade de boas notícias (que geral e infelizmente não encontram espaço com generosidade na grande mídia), grandes iniciativas e projetos para benefício do bicho Homem, bem como pequenas e isoladas ações bem sucedidas, é igualmente avassaladora.

A notícia, esta semana , de que a divulgação via facebook foi fundamental para que a família encontrasse um rapaz vítima de sequestro em São Paulo, de certa forma, é emblemática e um bom ponto de partida. Diariamente somos assolados pelos chamados “spams”, mensagens em massa, enviadas indiscriminadamente pela rede, seja por e-mail ou redes sociais; todos já recebemos mensagens solicitando ajuda para encontrar pessoas desaparecidas, sequestradas.

No caso de Renan Fogaça Alípio, tratava-se de um apelo real, de um caso que realmente estava acontecendo e que, felizmente, teve um desfecho favorável, no tocante ao encontro da vítima. Ou seja, era verdade. Mas diante de tantas notícias falsas que nos chegam a todo instante, como discernir entre situações verdadeiras e simples spams maliciosos que objetivam tão-somente congestionar a rede (sim, existe gente com tempo e disposição para isso, pelo simples prazer de atravancar a vida alheia)?!

Admito que seja uma tarefa quase impossível, diante do volume de informações. Mas um pouco de bom senso pode ajudar, como em TODAS as situações da vida. Verificar a confiabilidade do remetente, checar a veracidade da informação, inteirar-se das datas e locais onde se alega haver ocorrido o fato são alguns parâmetros simples, que podem fazer a diferença entre ajudar a salvar uma vida e colaborar com hackers e baderneiros virtuais.

Uma comparação simples, que pode ser de grande ajuda: se fosse o caso de pegar o telefone e avisar os amigos, investindo tempo e dinheiro nisso, quantas dessas mensagens você passaria adiante?

Ajudar a divulgar situações reais é importante e funciona. Mas combatendo os “trotes”, com um pouco de atenção e cuidado, você também estará fazendo a sua parte.