A
SUA PARTE
Primeiramente cabe-me pedir
licença ao caro leitor da minha querida amiga Luciana Fernandes para invadir
esse espaço (com a anuência da mesma, naturalmente). E tranquiliza-lo quanto à
mudança: trata-se de uma troca temporária de publicação, para dar uma
“remexida”, uma arejada nas ideias. Luciana aparece, excepcionalmente esta
semana, na edição do próximo domingo, anote aí. E na semana que vem volta tudo
ao normal.
Há algum tempo venho batendo
na tecla do poder de mobilização e transformação da internet em nossas vidas.
Não é um modismo passageiro, não se trata mais de uma simples brincadeira de
jovens desocupados, como muitos ainda a veem: trata-se de uma realidade que
veio para ficar, avança vorazmente sobre absolutamente TODOS os campos do
conhecimento humano e numa velocidade inimaginável para a maioria. E
encontra-se cada vez mais disponível, em todas as faixas etárias e sociais.
Não demora muito e o cinema
catástrofe deixará de lado os vilões verdes e gosmentos, vindos de outros
planetas ou de alguma mutação genética derivada de nossa própria imprevidência,
e passará a produzir filmes com vilões virtuais, insignificantes combinações de
bits e bytes, zeros e uns, que sequer existem fisicamente: os vírus. E não
ficaria difícil imaginar uma história sombria em que o novo fim do mundo (já
que esse povo adora falar disso) começaria com uma pane geral na grande rede em
nível mundial. É bem possível que esse filme até já exista e esteja em cartaz.
Ou já seja notícia velha. Caso contrário, fica a ideia.
Por outro lado, e deixando
de lado a catástrofe, a quantidade de boas notícias (que geral e infelizmente
não encontram espaço com generosidade na grande mídia), grandes iniciativas e
projetos para benefício do bicho Homem, bem como pequenas e isoladas ações bem
sucedidas, é igualmente avassaladora.
A notícia, esta semana , de
que a divulgação via facebook foi fundamental para que a família encontrasse um
rapaz vítima de sequestro em São Paulo, de certa forma, é emblemática e um bom
ponto de partida. Diariamente somos assolados pelos chamados “spams”, mensagens
em massa, enviadas indiscriminadamente pela rede, seja por e-mail ou redes sociais;
todos já recebemos mensagens solicitando ajuda para encontrar pessoas
desaparecidas, sequestradas.
No caso de Renan Fogaça
Alípio, tratava-se de um apelo real, de um caso que realmente estava
acontecendo e que, felizmente, teve um desfecho favorável, no tocante ao
encontro da vítima. Ou seja, era verdade. Mas diante de tantas notícias falsas
que nos chegam a todo instante, como discernir entre situações verdadeiras e
simples spams maliciosos que objetivam tão-somente congestionar a rede (sim,
existe gente com tempo e disposição para isso, pelo simples prazer de
atravancar a vida alheia)?!
Admito que seja uma tarefa
quase impossível, diante do volume de informações. Mas um pouco de bom senso
pode ajudar, como em TODAS as situações da vida. Verificar a confiabilidade do
remetente, checar a veracidade da informação, inteirar-se das datas e locais
onde se alega haver ocorrido o fato são alguns parâmetros simples, que podem
fazer a diferença entre ajudar a salvar uma vida e colaborar com hackers e
baderneiros virtuais.
Uma comparação simples, que
pode ser de grande ajuda: se fosse o caso de pegar o telefone e avisar os
amigos, investindo tempo e dinheiro nisso, quantas dessas mensagens você
passaria adiante?
Ajudar a divulgar situações
reais é importante e funciona. Mas combatendo os “trotes”, com um pouco de
atenção e cuidado, você também estará fazendo a sua parte.
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