Lá pelos idos de mil
novecentos e vinte e alguma coisa, revistas cinematográficas brasileiras
engajaram-se numa ridícula campanha contra o cinema falado. Era a novidade de
então.
As novidades têm esse
condão, de provocar campanhas ridículas. E o melhor de tudo são os argumentos
que esses combates suscitam: neste caso, o de que a difusão do Cinema falado
colocava em risco a sobrevivência da nossa Língua, com a imposição do Inglês
como a Língua das telonas de então.
Quando eram apenas
“imagens em Inglês”, sem problemas...
O problema foi quando
essas imagens começaram a falar...
Como muita gente que
eu conheço.
Nelson Rodrigues, que
falava de tudo e muito, às vezes demais, foi um dos defensores da novidade.
Claro, atacando o incipiente Cinema Nacional, que despontava com matronas de
carnes frouxas, fazendo ares de languidez e cara de virgem. Em silêncio,
naturalmente. E ninfetas com ares de quem sofria de lombrigas, tamanha a
palidez e esqualidez.
Nada que um bom
Verminol não resolvesse.
O Cinema continua
falando como nunca.
Nelson falou de
muitos outros assuntos, desancou o que achou que devia; exaltou idem...
E, a despeito de
Googles, Wikipédias e Facebooks, a Língua Portuguesa resiste.
Decerto
revirar-se-iam nos túmulos os detratores do Cinema falado de então, ao
perceberem que ninguém ameaça mais a Língua Portuguesa do que nós mesmos, os
seus falantes mais entusiastas.
Pode ser que daí
nasça a tão propalada Língua Brasileira. Se é que a mesma já não existe,
gestando-se, crescendo e multiplicando-se em “Kuduros”, “empreguetes” e
“novinhas”, por esse país afora. Ou que dê em nada, como é muito mais provável.
O Cinema Brasileiro
cresceu, apareceu e já tem até quase Oscar... e fala como uma Candinha... o
Americano continua aprontando das suas...
E tem montadora de
carro “brasileira” importando aço brasileiro da Coreia...
PAZ!!!
...com Deus!!!
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