Mundo estranho este em que vivemos.
Dia desses, estarreceu-me a manchete, lida “en passant”, anunciando que um menino de
9 anos fora suspenso da escola, por haver dito que a professora era
“bonitinha”.
Em nome da moral e dos bons costumes, e o significado
disso, feliz ou infelizmente, varia de cidadão para cidadão, cidade para
cidade, estado e assim sucessivamente, a Escola entendeu a ponderação do menino
como “uma forma de assédio sexual”, colocando uma criança de 9 anos no mesmo
patamar de um Bill Clinton ou daquele alto executivo do FMI, afastado por
compelir uma camareira de hotel em Nova Iorque a manter consigo um intercurso
sexual.
“Bonitinho”, na minha opinião, é diminutivo de feio. Mas
ninguém é obrigado a concordar com ela. Como diz Quintana, “A gente pensa uma coisa, acaba
escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa
tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi
propriamente dita.”
O
menino disse o que disse, sabe-se lá se o que pensou.
Eu, mesmo, não vi foto da
dita mestra, pra emitir meu parecer sobre a beleza da tal. Mas, entrasse ele
com duas pistolas automáticas na mão, atirando a esmo e dando cabo à própria
vida com a última bala, e estaria muito mais acorde com o espírito de uma
sociedade que coloca o puritanismo em muito mais alta conta que o “não
matarás”.
E eu desejo sinceramente que ele não venha um dia a fazê-lo.
É, Quintana...
A COISA tá esquisita...
Ricardo Lemos é pai, filho,
geminiano, escritor, jornalista, e tem tomado muito cuidado com o que fala...
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