PARECE
MESMO
Primeiramente, gostaria de
deixar registrada a minha alegria em retornar a este espaço, agora aos sábados.
De tanto ouvir gente falando esta semana, que 2012, finalmente, pode começar,
passado o Carnaval, resolvi voltar também. O “butiquim” reabre suas portas e eu
espero sinceramente que a alegria não seja apenas minha.
E, com a graça de Deus e de
Rubem Braga, esperamos em breve que o “butiquim” abra suas portas e sua
verborragia desencontrada nas livrarias deste nosso querido torrão, que são bem
poucas, e nas demais por esse Brasil afora: está “no prelo”, quase cheirando a
tinta, “FILOSOFIA DE ‘BUTIQUIM’ – CRÔNICAS”, uma compilação dos textos
publicados neste jornal em 2011 e “otras cositas” mais.
O fato é que parece que 2012
vai começar, trazendo consigo as indefectíveis reflexões acerca do passar do
tempo:
- “Parece que foi ontem, que
começou 2011”...
- “Parece que foi ontem o
acidente aéreo dos Mamonas Assassinas”...
- “Parece que foi ontem que
a Dilma assumiu”... e assim, sucessivamente.
Mais do que parecer mesmo,
FOI MESMO...
Foi ontem, na curta história
desse nosso país, que tanto de orgulho e dor de cabeça nos dá, que Caminha
enviou uma carta ao analfabeto Dom Rey, animadíssimo com as carnes expostas da
ingênua nudez de nossas nativas; foi ontem que um príncipe regente, acometido
de disenteria brava ou não, há controvérsias neste sentido, ergueu a sua espada
às margens de um rio chamado Ipiranga e gritou “Independência ou Morte” (há
controvérsias aí, também).
Foi ontem (1965) que o
Braga, nosso sabiá, escreveu para uma turma de formandos:
"Ainda rapazinho, eu assisti à vitória da Revolução de 30. Vi
algumas outras revoluções depois, umas derrotadas, outras vitoriosas. O que não
vi foi melhorar o tônus de nossa vida pública: ela continua baixa, mesquinha,
triste. (...) Isto que aí está
não pode piorar."
Não vou cometer aqui a
sandice de discordar publicamente do mestre; era um otimista, ao que me parece.
Mas pode. Em outubro próximo. Ou seja: parece que é amanhã...
Nem do querido leitor:
parece mesmo que foi ontem. Mas o tempo não parou um só milionésimo de segundo,
por conta dessas nossas elucubrações desajuizadas.
Aproveitemos que foi dada a
largada no ano e cuidemos da vida (própria), o que só nos é cabível e possível
enquanto ainda estamos por aqui. À História e às histórias (fiquei sabendo que
não existe mais “estória”, mas isso é assunto pra outra hora), confiramos o
santo papel de lição para o porvir, aprendizado, experiência.
E toquemos a vida, cuidando
com zelo e boa vontade do que está ao alcance de nossas mãos.
Para que não nos apanhemos,
daqui a um ano ou dez, matutando:
- “Parece que foi ontem que
eu li aquela coluna no jornal!”
E parece, mesmo...
Parece que foi ontem...
ResponderExcluirOps! Foi antes de antes de ontem!!!
;0)
E assim sucessivamente...
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