sexta-feira, 19 de novembro de 2010

PETER





Antes que se afastasse demais do chão, ainda tive tempo de olhar em seus olhos.


Refletiam o mesmo brilho de sempre.


Aprendi com o Jornalismo que o mesmo de sempre não é factual… não é notícia… mas já esqueci.


Era o mesmo brilho de sempre, e isso pra mim é notícia, seja amanhã ou daqui a 40 anos (é o tempo que se costuma levar, vagando pelo deserto, para se chegar à Terra Prometida).


Não sei se ele ouviu. Tem certas coisas que deixamos para depois do último momento. Talvez na esperança, mesmo, de que não sejam ouvidas.


Mas balbuciei entre lágrimas escondidas no coração:


- Quando crescer, quero ser igual a você!

2 comentários:

  1. Oi Ricardo,

    Obrigada pela visita.

    De fato, nem sempre usamos a nossa criança, mas ela sempre irá estar em nós. Pior do que a rotina, é a cobrança, porque daí, fica mais difícil resgatar o Peter ou a Fadinha. Geralmente, nos damos conta disso quando choramos.

    Beijos,

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  2. Obrigado pela visita, Ana...

    Drummond termina seu poema Canção Amiga com versos que, no meu entender, são da mais bela profundidade:

    "Eu preparo uma canção
    Que faça acordar os homens
    E adormecer as crianças"

    Este poema já circulou o país inteiro, esteve nas mãos de quase todos, nas notas de 50 (cruzeiros, cruzados, sei lá)...

    Mas infelizmente muito pouca gente prestou atenção...

    Chorando ou sorrindo, façamos nossa parte.

    Beijos e PAZ!!!

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