quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

FILOSOFIA DE BUTIQUIM - 14/12/2011 - COMUNICAÇÃO



Mundo estranho este em que vivemos.

Dia desses, estarreceu-me a manchete, lida “en passant”, anunciando que um menino de 9 anos fora suspenso da escola, por haver dito que a professora era “bonitinha”.

Em nome da moral e dos bons costumes, e o significado disso, feliz ou infelizmente, varia de cidadão para cidadão, cidade para cidade, estado e assim sucessivamente, a Escola entendeu a ponderação do menino como “uma forma de assédio sexual”, colocando uma criança de 9 anos no mesmo patamar de um Bill Clinton ou daquele alto executivo do FMI, afastado por compelir uma camareira de hotel em Nova Iorque a manter consigo um intercurso sexual.

“Bonitinho”, na minha opinião, é diminutivo de feio. Mas ninguém é obrigado a concordar com ela. Como diz Quintana, “A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.” 

O menino disse o que disse, sabe-se lá se o que pensou. 

Eu, mesmo, não vi foto da dita mestra, pra emitir meu parecer sobre a beleza da tal. Mas, entrasse ele com duas pistolas automáticas na mão, atirando a esmo e dando cabo à própria vida com a última bala, e estaria muito mais acorde com o espírito de uma sociedade que coloca o puritanismo em muito mais alta conta que o “não matarás”. 

E eu desejo sinceramente que ele não venha um dia a fazê-lo.

É, Quintana...

A COISA tá esquisita...

Ricardo Lemos é pai, filho, geminiano, escritor, jornalista, e tem tomado muito cuidado com o que fala...



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