domingo, 8 de maio de 2011

FILOSOFIA DE BUTIQUIM - NA SEMELHANÇA


FILOSOFIA DE “butiquim” – RICARDO LEMOS
NA SEMELHANÇA
Pouquíssimas idéias encontram tanto consenso no Brasil quanto a retratada na frase: “futebol, política e religião não se discutem”.

De política me abstenho de comentar. Talvez, caso um dia venha a entender a máxima de Aristóteles, que afirmou ser o homem um animal social e político, o assunto deixe de me provocar tantos engulhos. O fato é que o que se vê até o momento é que alguns de nossos políticos já começaram a absorver a idéia : já consigo identificar, na maioria deles, muito do animal. Espero que continuem evoluindo, para que possam passar a cuidar do social e do político (no bom sentido). Talvez quando desmamem…

Quanto ao futebol, já vi torcedor com traços esquizofrênicos, creditando todas as derrotas de seu time a conspiratórias teorias de “roubos” na arbitragem ou misteriosas rajadas de vento no estádio. Vi bons perdedores e maus ganhadores. E vice versa. Mas jamais presenciei sugestões de alteração no formato da coisa, tipo:

- Eu acho, mesmo, é que deveriam ser 15 jogadores de cada lado e 3 bolas em campo. E tenho dito.

Ou, ainda:

- Tudo bem que se contem os gols, mas eu acho, mesmo, é que deviam dar a vitória para o time que apresentasse os jogadores com os penteados mais originais.

Na essência da coisa ninguém mexe: aquele povo está lá, correndo de um lado pra outro, é pra marcar gols. Com arte ou sem arte, é o que dá a vitória. E pronto. Não se discute!!!

E na religião?! Onde está a essência?! No dia da semana em que se elevam preces aos Céus, na quantidade de orações que se entoam, na cor da vestimenta ou nas palavras ininteligíveis?!

Vejamos o que diria Jesus Cristo (este que é praticamente uma unanimidade no mundo atual; mesmo entre os não cristãos. No Islamismo, por exemplo, que é a religião com maior número de adeptos no planeta, Jesus ocupa posição de profeta maior, acima, até mesmo, pasmem, de Maomé. E Gandhi, hinduísta praticante, certa feita respondeu a um repórter que admirava profundamente a figura do Cristo, lamentando apenas jamais haver encontrado entre os ditos cristãos alguém que lhe seguisse os ensinamentos):

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

É golaço, com direito a drible, chapéu e pedalada. Difícil encontrar quem não concorde com tais palavras, mesmo entre os que professam fé nenhuma, mas que acreditam na necessidade de se viver a ética e a honestidade como forma de se construir um mundo mais digno de ser chamado lar.

A meta é clara, está estabelecida desde sempre e discutir sobre qualquer outro aspecto do assunto é ficar batendo bola no meio de campo, sem que, com isso, se produzam quaisquer resultados. Parece coisa de cartola.

E, caso pesem dúvidas sobre a que livro recorrer para determinar quem é o próximo, nessa história toda, uma vez que nem todos oramos pelos mesmos manuais, embora concordemos na essência, vejamos o que reza a nossa Carta Magna:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (…)”.

Deixemos de lado, portanto, as diferenças. A razão chama ao entrosamento. E bola pra frente, que quem não faz, leva.

E o árbitro pode apitar o final da partida a qualquer momento.

Ricardo Lemos é pai, filho, geminiano, escritor, um filho de Deus, como você. Atualmente publicando nos blogs Arroubos Literários, Olho Mágico 365 e TAMTA – incubadora de idéias. 

Um comentário:

  1. Acertado, Gandhi sabe das coisas. E nós nos descompassos dessa vida, ainda vamos gastar muitas encarnações tentando aprender esse " amai' do Cristo.
    Boas refexões Ricardo.

    ResponderExcluir