VAI UM CAFEZINHO?!
A frase acima, à guisa de título, pode ter milhares de significados.
Em filme americano, ela geralmente aparece disfarçada de
“Não quer subir, pra tomar um café?!”, fingindo despretensão.
Visualize a cena: casal em primeiro ou segundo encontro (ou décimo-segundo), o carro estacionado à porta do prédio, pode estar caindo uma garoa, faz um pouco de frio lá fora. Eles riem bastante. (Todo casal em início tem dessas bobagens, de rir bastante, se é que há rir que baste, desde que se convencionou que se trata talvez não do único, que disso sempre se pode duvidar, mas dO MELHOR REMÉDIO que há...) E o convite apenas surge, com cara daquela pergunta da qual acabamos de nos lembrar. Uma vez aceito, todo mundo já sabe o que acontece, né?! A cena invariavelmente termina em abajur e música suave.
No Brasil, o cafezinho tem o valor de um afago, de um “bom dia”, de um desejo bom. Tem sabor de carinho.
Carinho é pouco...
Está é CARÍSSIMO!!!
Ontem saí assustado do supermercado, ao tentar me convencer de que é NORMAL pagar QUATRO REAIS em um pacote de 250 GRAMAS de pó de café. De um café do qual vivemos a nos vangloriar de ser o maior produtor... Ou o melhor, sei lá... Que é plantado e colhido, torrado e moído ALI. Em dia de mais vento, dá até pra sentir o cheiro.
Oferecer um cafezinho já é, sem sombra de dúvida, muito mais do que um carinho; foi promovido a declaração de amor. Isso no Brasil. Nos EUA, continua significando sacanagem.
Aqui a sacanagem é de outro tipo.
Quer mais o quê?!
Somos autossuficientes em petróleo, vivemos anunciando isso aos quatro ventos e cantos do mundo. E a nossa gasolina é uma das mais caras deste mesmo mundo. Dizem as “mais” línguas que está quase mais barato manter a Curiosity em Marte que um carro mil no Brasil...
E orgulhosos pioneiros e líderes mundiais no desenvolvimento de biocombustíveis. E o álcool mais barato que eu consigo encontrar sai a 2,40 o litro, a 500 metros da usina cujo cheiro eu também sinto de casa...
Açúcar ou adoçante?!
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