segunda-feira, 5 de março de 2012

FILOSOFIA DE "BUTIQUIM" - 03 de março de 2012 - PARECE MESMO



PARECE MESMO

Primeiramente, gostaria de deixar registrada a minha alegria em retornar a este espaço, agora aos sábados. De tanto ouvir gente falando esta semana, que 2012, finalmente, pode começar, passado o Carnaval, resolvi voltar também. O “butiquim” reabre suas portas e eu espero sinceramente que a alegria não seja apenas minha.

E, com a graça de Deus e de Rubem Braga, esperamos em breve que o “butiquim” abra suas portas e sua verborragia desencontrada nas livrarias deste nosso querido torrão, que são bem poucas, e nas demais por esse Brasil afora: está “no prelo”, quase cheirando a tinta, “FILOSOFIA DE ‘BUTIQUIM’ – CRÔNICAS”, uma compilação dos textos publicados neste jornal em 2011 e “otras cositas” mais.

O fato é que parece que 2012 vai começar, trazendo consigo as indefectíveis reflexões acerca do passar do tempo:

- “Parece que foi ontem, que começou 2011”...

- “Parece que foi ontem o acidente aéreo dos Mamonas Assassinas”...

- “Parece que foi ontem que a Dilma assumiu”... e assim, sucessivamente.

Mais do que parecer mesmo, FOI MESMO...

Foi ontem, na curta história desse nosso país, que tanto de orgulho e dor de cabeça nos dá, que Caminha enviou uma carta ao analfabeto Dom Rey, animadíssimo com as carnes expostas da ingênua nudez de nossas nativas; foi ontem que um príncipe regente, acometido de disenteria brava ou não, há controvérsias neste sentido, ergueu a sua espada às margens de um rio chamado Ipiranga e gritou “Independência ou Morte” (há controvérsias aí, também).

Foi ontem (1965) que o Braga, nosso sabiá, escreveu para uma turma de formandos:

"Ainda rapazinho, eu assisti à vitória da Revolução de 30. Vi algumas outras revoluções depois, umas derrotadas, outras vitoriosas. O que não vi foi melhorar o tônus de nossa vida pública: ela continua baixa, mesquinha, triste. (...) Isto que aí está não pode piorar."

Não vou cometer aqui a sandice de discordar publicamente do mestre; era um otimista, ao que me parece. Mas pode. Em outubro próximo. Ou seja: parece que é amanhã...

Nem do querido leitor: parece mesmo que foi ontem. Mas o tempo não parou um só milionésimo de segundo, por conta dessas nossas elucubrações desajuizadas.

Aproveitemos que foi dada a largada no ano e cuidemos da vida (própria), o que só nos é cabível e possível enquanto ainda estamos por aqui. À História e às histórias (fiquei sabendo que não existe mais “estória”, mas isso é assunto pra outra hora), confiramos o santo papel de lição para o porvir, aprendizado, experiência.

E toquemos a vida, cuidando com zelo e boa vontade do que está ao alcance de nossas mãos.

Para que não nos apanhemos, daqui a um ano ou dez, matutando:

- “Parece que foi ontem que eu li aquela coluna no jornal!”

E parece, mesmo...

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