terça-feira, 16 de setembro de 2014

O 11 DE SETEMBRO - FILOSOFIA DE BUTIQUIM - 13set2014




11 DE SETEMBRO

Por Ricardo Lemos


Era perto de meio-dia de uma terça-feira atarefada.

Acabava de retornar de viagem e estava no escritório, às voltas com uma papelada interminável, providências, follow-ups, retornos, etc,  quando o telefone tocou. Quase dava pra ver a cara quase exangue do Roberto, do outro lado da linha, aterrorizado:

- Lemos, liga a TV AGORA!!!

Corri atrás de um aparelho velho, misto de rádio AM/FM e uma telinha minúscula de TV em preto e branco, que estava jogado num canto, pros dias de jogos da seleção (quando ainda valia a pena chamar de seleção aquele time), liga na tomada, peleja com a antena e, quando, enfim, resolve mostrar alguma coisa, vejo a Globo, em edição extraordinária, reprisando milhares de vezes a cena dos aviões sendo arrojados contra os edifícios e se esfacelando como bolas de neve na parede.

Fiquei boquiaberto, em silêncio.

Por 13 anos.

Continuo boquiaberto e em silêncio, diante da surrealidade do que via e sigo vendo.

Não é difícil imaginar as atrocidades de que o ser humano é capaz: basta conhecer um pouco de História, pra perceber que o massacre está enraizado até os ossos no modus operandi do bicho homem, sendo utilizado sem cerimônia e sistematicamente até pelas instituições que você talvez considere santas e imaculadas; definitivamente não foram os muçulmanos que inventaram a guerra “santa”, e quase todo assassino tem um motivo nobre e compreensível por trás de seus atos.

Mas ver a coisa acontecendo, AO VIVO, em tempo real (como se diz hoje em dia) e quase sentir o cheiro daquela fumaça, através da TV...

Mais do que isso: estávamos em Nova Iorque 3 dias antes.

Rodamos algumas cidades, visitando clientes, terminando a viagem em Nova Iorque, de onde retornaríamos ao Brasil.

Programei alguns dias a mais na “cidade que nunca dorme”, ou “Grande Maçã”, pois estávamos resolvendo uma disputa com um cliente do Brooklyn, que estava causando problemas para pagar uma quantia considerável, referente a uma boa quantidade de chapas de granito que lhe vendêramos.

Por “SORTE”, a situação se resolveu muito mais facilmente do que eu previa, e pude refazer os planos de viagem, adiantando o retorno ao Brasil para o dia 08 de Setembro de 2001.

Mas o nosso programa inicial era retornar, saindo de Nova Iorque para São Paulo, justamente no 11 de Setembro.

Não estaríamos nos aviões sequestrados (nosso voo era às 21:30 – os ataques ocorreram pela manhã), nosso hotel era em New Jersey, bem longe do ocorrido, nunca vi ou passei perto das Torres Gêmeas (como meus clientes estavam todos em áreas industriais, eu fugia de Manhattan como o diabo da cruz); ou seja: não corríamos nenhum risco .

Mas adiantar a volta ao Brasil nos poupou de MUITOS TRANSTORNOS.

"Sorte" pela qual não me canso de agradecer à Divina Providência...

Excelente fim de semana!!!

PAZ!!!
...com Deus!!!


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