segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O PROBLEMA É QUANDO FALA - FILOSOFIA DE "BUTIQUIM"



Lá pelos idos de mil novecentos e vinte e alguma coisa, revistas cinematográficas brasileiras engajaram-se numa ridícula campanha contra o cinema falado. Era a novidade de então.

As novidades têm esse condão, de provocar campanhas ridículas. E o melhor de tudo são os argumentos que esses combates suscitam: neste caso, o de que a difusão do Cinema falado colocava em risco a sobrevivência da nossa Língua, com a imposição do Inglês como a Língua das telonas de então.

Quando eram apenas “imagens em Inglês”, sem problemas...

O problema foi quando essas imagens começaram a falar...

Como muita gente que eu conheço.

Nelson Rodrigues, que falava de tudo e muito, às vezes demais, foi um dos defensores da novidade. Claro, atacando o incipiente Cinema Nacional, que despontava com matronas de carnes frouxas, fazendo ares de languidez e cara de virgem. Em silêncio, naturalmente. E ninfetas com ares de quem sofria de lombrigas, tamanha a palidez e esqualidez.

Nada que um bom Verminol não resolvesse.

O Cinema continua falando como nunca.

Nelson falou de muitos outros assuntos, desancou o que achou que devia; exaltou idem...

E, a despeito de Googles, Wikipédias e Facebooks, a Língua Portuguesa resiste.

Decerto revirar-se-iam nos túmulos os detratores do Cinema falado de então, ao perceberem que ninguém ameaça mais a Língua Portuguesa do que nós mesmos, os seus falantes mais entusiastas.

Pode ser que daí nasça a tão propalada Língua Brasileira. Se é que a mesma já não existe, gestando-se, crescendo e multiplicando-se em “Kuduros”, “empreguetes” e “novinhas”, por esse país afora. Ou que dê em nada, como é muito mais provável.

O Cinema Brasileiro cresceu, apareceu e já tem até quase Oscar... e fala como uma Candinha... o Americano continua aprontando das suas...

E tem montadora de carro “brasileira” importando aço brasileiro da Coreia...

PAZ!!!
...com Deus!!!


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